segunda-feira, 5 de fevereiro de 2018

O videogame e seu poder de difundir e influenciar culturas

O artigo abaixo nos monstra que no silêncio dos games há uma demanda de influências sobre a cultura infantojuvenil em que  o jovem não  percebe e secondiciona e o lado do outro é sempre visto como  um competidor, leiam:


http://bit.ly/2nKc5eE
Por Edson Godoy  

Recentemente, ao assistir o documentário produzido na Inglaterra chamado “How Videogames Changed the World” / “Como os Videogames Mudaram o Mundo”, um comentário feito no final do programa me chamou muita atenção: “os videogames ajudaram a encurtar a distância entre as culturas ocidentais e orientais”. Nunca duvidei do poder cultural dos videogames, mas jamais nesses 30 anos em que jogo videogame havia me dado conta disso.
Hoje vivemos em um mundo globalizado, onde o acesso à informação é muito fácil e ágil, e onde as distâncias entre uma ponta e a outra do globo estão separadas por um simples clique no computador. Mas nem sempre foi assim. Quando os primeiros videogames foram lançados a indústria era basicamente de origem norte-americana. Os consoles Atari, o game Pong (conhecido no Brasil como Tele-Jogo), Intellivision, Colecovision, Odyssey (criado por um alemão erradicado nos Estados Unidos), todos eram produtos dessa região do globo.
Não demorou muito para a indústria japonesa dos videogames aparecer, com jogos como Pac-Man e Space Invaders – que revolucionaram os fliperamas na época, bem como os games e consoles da SEGA e da Nintendo. Se antes os dois países possuíam algum tipo de restrição em aceitar produtos um do outro em seus territórios (era comum na época os produtos fabricados nos Estados Unidos exibirem com orgulho “Made in the USA” como sinônimo de qualidade), isso não se aplicou aos videogames. Rapidamente o mercado norte-americano foi invadido por produtos idealizados no Japão.
De 1985 a 1990, época de ouro do NES – o Nintendinho, primeiro console da Nintendo, a invasão nipônica na área de games se consolidou. Softhouses como Capcom e Konami estouravam com as vendas de seus hits Mega Man e Castlevania, e a Nintendo com as estrelas de Donkey Kong e Super Mario Bros. Já a SEGA impressionava com seus sucessos nos fliperamas – OutRun, After Burner e Space Harrier, que posteriormente eram portados para seus consoles caseiros. Um detalhe importante: todos esses jogos têm origem japonesa.
Aos poucos, toda essa influência foi se espalhando para outros meios: quadrinhos (os mangás japoneses), desenhos (Dragon BallZ e Cavaleiros do Zodíaco), filmes e séries (Godzilla e Ultraman). Uma coisa puxava a outra no interesse das crianças e adolescentes – naquela época os adultos não eram aficionados por games como hoje. E assim a cultura oriental fixou raízes nas mentes dos jovens da época. Inevitavelmente, ao se interessar por um pedaço de determinada cultura, acaba-se aumentando a curiosidade para conhecer ainda mais dela. E o que gerou esse sentimento em muitas pessoas sem sombra de dúvida foram os games.
É bem verdade que os games produzidos no ocidente não obtiveram o mesmo sucesso no oriente. Vide as tentativas da Atari de adentrar naquele mercado e mais recentemente as tentativas até aqui frustradas da Microsoft. Mas garanto que em uma breve caminhada por Tóquio, você eventualmente verá um japonês usando uma camiseta da Atari. Apesar dessa resistência maior, nem mesmo a cultura japonesa ficou imune à influência global dos videogames.
Aqui no Brasil não é diferente. Quem nunca ouviu falar do personagem bigodudo de nome Mario? E quem não se lembra de um bichinho (?!) amarelo que parece uma pizza com uma fatia a menos que sai por labirintos comendo bolinhas e fantasmas, chamado Pac-Man? Ou ainda quem nunca viu a representação de um alienígena do game Space Invaders em alguma camiseta ou anúncio?
Mas apesar de tudo isso, hoje ainda se debate se os videogames são forma de representação e expressão cultural. Pior seria se não houvesse debate, mas é o tipo de discussão que deveria se encerrar nela mesma, devido à obviedade da resposta. É claro que videogame é cultura! Os jogos nada mais são que uma forma de expressão de seus desenvolvedores, assim como filmes, músicas, quadros, livros e tantas outras formas de se expressar sentimentos e ideias. E cada jogador irá interpretar o jogo de uma forma diferente, com emoções diferentes. E irá absorver coisas diferentes também. Isso sem contar os benefícios para a mente, pois os jogos eletrônicos fazem o cérebro humano melhorar suas habilidades, como já falamos em matérias anteriores aqui no Lado B.
E você, caro leitor? Tem alguma experiência para contar sobre como o videogame o influenciou culturalmente? Compartilhe suas experiências conosco.
Hoje chega ao mercado o novo game da série Metal Gear. Para esquentar os motores para esse super lançamento, confira o episódio em que contamos o início dessa saga, ainda no microcomputador MSX e no console Nintendinho, no vídeo abaixo e na quinta-feira traremos um review contando tudo sobre as nossas primeiras impressões desse aguardado jogo: Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, além do segundo episódio, onde mostraremos os games da série lançados para o Playstation, Game Boy Color e Gamecube.
A coluna de games do Lado B, sempre publicada as terças e quintas, foi postada somente hoje por problemas técnicos na tarde de ontem. Temos o apoio da loja Retro Gamers. Visite também o meu site, o Vídeo Game Data Base.

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