Pedro Popoff. | Jaime Prado/Divulgação

Por: Mariana Lima
O interesse de Pedro Popoff, 13, pela cultura nordestina começou aos 5 anos de idade, após conhecer o filme ‘Lampião, o Rei do Cangaço’, de 1964. A partir deste encontro, ele começou a mostrar seu fascínio por diversas manifestações artísticas do Nordeste brasileiro, principalmente pelo cordel.
O interesse do garoto, que vive em Bauru, no interior de São Paulo, é tanto que ele ajuda a divulgar a cultura nordestina em sua escola e já recebeu muitas doações de cordéis. Boa parte vinda de autores.
Há dois anos, ele começou a planejar a criação de uma biblioteca específica para obras de literatura de cordel e em abril de 2019, aos 13 anos, conseguiu realizar este sonho. Para isso, ele contou com o apoio de poetas e academias especializadas.
Pedro batizou a cordelteca de Gonçalo Ferreira da Silva, nome de um poeta de Ipu, no Ceará, conhecido por ser um dos fundadores da Academia Brasileira de Literatura de Cordel.Pedro ficou conhecido na região, sendo chamado de Pedro do Cordel, por usar roupas e acessórios típicos do sertão. Junto com os pais, ele desenvolveu o projeto Brincando de Cordel, e andava pela escola e em eventos para falar sobre a cultura nordestina.
Pedro já conseguiu reunir cerca de 2 mil obras através de doações de diversos artistas. Para inaugurar a cordelteca, ele fez uma campanha de arrecadação de fundos online, mas só conseguiu 41% do valor necessário para reformar o espaço. Contou com o auxílio dos pais, trocou o presente de aniversário pela ajuda para a inauguração, e recebeu também contribuições de outros familiares e de alguns empresários.
Além do acervo literário, a cordelteca conta com objetos de origem nordestina, como uma coleção de chapéus e um gibão doado pelo poeta Chico Neto Vaqueiro, de Fortaleza (CE).
A cordelteca está localizada na Rua Treze de Maio, 12-45, na região central de Bauru.